Alguns pacientes acordam com uma dor inexplicável e muito incômoda na região das têmporas. Uma enorme tensão é aplicada na região da mandíbula e há quem relate cansaço muscular e barulhos de estalos ao comer alimentos mais duros.

Após uma avaliação clínica detalhada, a causa: bruxismo. Em um estudo epidemiológico realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein com a população da cidade de São Paulo em 2007, constatou-se que 9,3% das pessoas abordadas pela pesquisa sofriam com a condição, número este que pode ser maior atualmente, dadas as mudanças na rotina.

Entenda melhor o que é o bruxismo, como ele se manifesta e como amenizar seus efeitos!

Como confirmar se tenho?

Apesar de conseguirmos diagnosticar o bruxismo, ainda não se conhece uma causa específica da condição, que pode estar associada à ansiedade, estresse, histórico familiar e reação a algum medicamento.

Muitos pacientes percebem uma diferença no sorriso por conta do desgaste acelerado dos dentes, que pode achatá-los e mudar completamente o formato original. Fora isso, as dores de cabeça e dos músculos do rosto e pescoço são sintomas comuns e indicadores da condição. Por acontecer também em momentos de estresse, alguns pacientes rangem os dentes mesmo quando acordados.

O ideal é que um médico seja procurado para a análise clínica. Normalmente, quem percebe a situação é o dentista, mas outras especialidades também podem se envolver no diagnóstico, como a medicina do sono e a psiquiatria.

Tratamento

Hábitos de vida saudáveis são os mais recomendados, mas podem não evitar todos os casos de bruxismo. É necessário entender as causas em cada paciente e encaminhá-lo para os médicos mais adequados de acordo com a condição apresentada.

Nos casos em que a causa do bruxismo são tratamentos medicamentosos, é possível entender qual deles resulta no ranger dos dentes e experimentar a troca do composto, se possível. Caso o paciente sofra com ansiedade e/ou depressão, exercícios físicos intensos são recomendados, já que diminuem o estresse, melhoram a oxigenação sanguínea e a qualidade do sono.

Outros tipos de tratamentos são possíveis e trazem bons efeitos no caso do bruxismo. A acupuntura é uma solução. Realizada nos músculos faciais, traz o relaxamento e ameniza as dores sentidas pela enorme pressão exercida ao apertar a mandíbula.

Para proteger os dentes, dentistas podem indicar o uso da placa miorrelaxante. Com isso, ao invés de desgastar o esmalte dos dentes, o paciente pressiona a placa sem prejudicar o sorriso. Vale ressaltar que esse tratamento não soluciona a causa e nem sempre cura o paciente. Porém, a placa leva à desarticulação dentária, uma espécie de “desprogramação” da musculatura, o que alivia a tensão.

Hoje em dia, o tratamento mais indicado para bruxismo é o botox, por ser o que há de mais moderno e eficaz para este caso. Uma toxina botulínica é aplicada por fora da boca, ou seja, no rosto do paciente, o que leva a um relaxamento da musculatura responsável pelo apertamento dental. Isso evita o atrito entre os dentes e, consequentemente, desgastes. Este tipo de tratamento substitui o uso de placa para bruxismo, sendo assim mais confortável para o paciente.

A durabilidade do botox é de, em média, seis meses. Entretanto, por ocorrer uma reeducação da musculatura, após algumas aplicações, o paciente pode eliminar o hábito de apertamento mesmo após os efeitos do botox.

Uma outra forma de tratamento do bruxismo é o uso de medicamentos que melhorem a qualidade do sono e amenizem a ansiedade e o estresse. Neste caso, é necessário o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, visto que não é recomendado que um paciente faça uso destes medicamentos por períodos muito longos. As consultas com um psicólogo ajudarão pois é com esse profissional que o paciente entenderá as causas da ansiedade, podendo amenizá-la com novos hábitos no dia a dia.

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